segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Bagunça
Estava tudo espalhado, fora do seu lugar
E para piorar não se sabia como organizar as coisas
Pois estava tudo de pernas pro ar

E no cansaço de se viver na confusão
Compraram-se caixas, etiquetas, organizadores
E foi pedido um tempo

E por mais que o trabalho fosse árduo e doloroso
Aos poucos as coisas foram tomando forma em meio ao caos
E por mais que a cada dia o impulso a desistir fosse maior
As caixas começaram a ser empilhadas

Mas para organizar tudo isso precisa-se de tempo
Um tempo que não temos como prever o quanto
Se longo ou curto
Mas tempo

E pra organizar a bagunça
É preciso limpar a sujeira
É preciso doar as coisas que já foram
Deixar de lado as lembranças para receber o que é novo

E é ai, é nessa hora
Que o vento sopra e deixa tudo zoneado outra vez
E voltamos à estaca zero
Pois dá medo de deixar pra trás as coisas que ainda nos fazem sentido
E colocar na caixa de lixo
O que queremos deixar em destaque em cima da mesa de cabeceira

E ai que a vida é engraçada em suas semelhanças
Pois o quarto não foi organizado, e está lá tudo parado
Na bagunça, fora de seu lugar
E isso pode ser o retrato de coração e da alma
Cheios de pendências e passados que insistem em ser presente
No esgotamento do que já se foi
Nas lembranças que não se apagam e não conseguimos organizar

E como no bolo de coisas
O tempo diz o que fica e o que vai
Pro quarto, pro coração, pra alma

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